quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Antes de partir






Desde menina desenvolvi um gosto especial por filmes, assisto de tudo, de tudo mesmo, mas meu forte são as comédias românticas, tipo sessão da tarde, bem água com açúcar, com pipoca e que não precise pensar para entender.

Imaginar um filme com a leveza de uma comédia romântica, onde o casal é formado por dois caras velhos, Jack Nicholson e Morgan Freeman, que não são um casal, têm câncer e estão vivendo os últimos dias de suas vidas num hospital, um pobre e um rico, um pouquinho de drama no meio tá certo, mas nada que faça precisar de um lenço, meio difícil de se assistir, né? Até aí o filme seria meia boca, tipo aqueles cults que meia dúzia de pessoas assiste no cinema e sai com umas críticas que nem eles mesmos entendem, mas eis que surge a lista, quem não tem uma lista, grande ou pequena, escrita ou pensada, de coisas que gostaria de fazer, sensações que gostaria de sentir, sonhos para realizar antes que as luzes se apaguem?

Eu mesma tenho uma, imensa por sinal, com sonhos que vou acumulando e esquecendo para viver os dos outros ou pior, a realidade, isso é a sacada do filme ele, o personagem de Morgan Freeman, esqueci o nome agora, passa a viver seus sonhos e ser feliz (acho que só vou me dar conta de que não dura para sempre quando estiver perto de acabar). Eles, ainda que não tivessem quase nenhum tempo, jogaram o dinheiro do rico (o pobre era duro de marré de si) pela janela e riscaram um a um todos os itens de uma lista que vinha sendo escrita desde a juventude, uma lista que eu também tenho... mas que eu não revelaria nem ao espelho( se alguém lê esse negócio...Xiiii). Imagine dois coroas escalando, caçando, pulando de pára–quedas e fazendo meio mundo de loucuras. No final eles morrem, claro, é o destino de todos, só que quando se realiza os sonhos a sensação no final, ainda que o final seja o fim mesmo, deve ser de vitória. “Antes de partir” eu quero me sentir assim.