terça-feira, 13 de abril de 2010

Estou louca para assistir

Documentário sobre “Cabelo Bom” ganha prêmio em Sundance
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Publicado na Monday, 26 January 2009


Parece que eu não sou a única que acha que é importante falar sobre o cabelo afro e o impacto que as fotos da Shasha e Malia têm na comunidade black americana.

Quando a filha de Chris Rock, Lola, foi pra ele chorando e perguntou “papai, porque eu não tenho cabelo bom?”, o comediante perplexo se comprometeu a procurar nas profundezas da cultura negra e até o fim do mundo quem colocou essa pergunta na cabeça da sua garotinha!

A câmera do diretor Jeff Stilson seguiu o artista e o resultado foi “Good Hair”, umm documentário maravilhosamente revelador e divertido e ainda assim sério sobre a cultura do cabelo afro-americano.

Uma exposição de proporções cômicas, que somente Chris Rock poderia fazer, Good Hair visita salões de beleza e batalhas de estilistas, laboratórios científicos e templos indianos, para explorar a forma como o estilo do cabelo negro impacta as atividades, livros de bolso, relações sexuais e a auto-estima do povo negro.

Celebridades como Ice-T, Kerry Washington, Nia Long, Paul Mooney, Raven Symoné, Maya Angelou, e o Reverendo Al Sharpton, candidamente oferecem suas histórias e observações a Rock, enquanto ele procura uma forma de responder à questão da sua filha.

O que ele descobre é que o cabelo negro é um grande negócio, que nem sempre beneficia a comunidade negra e a a pergunta da pequena Lola pode ser bem maior que a sua capacidade de convencê-la de que o que ela tem na cabeça não é nem um pouco mais importante do que está dentro.

Good Hair (Cabelo Bom) ganhou o prêmio especial de juri para documentário americano, no Sundance Festival 2009.

No filme, a atriz Nia Long diz:



“Somente de ver a foto da família e as filhas com seus cabelos, às vezes, em trancinhas, repercute de uma forma tão forte, pra mim. Eu sinto que, finalmente, nós temos uma imagem que é a mais poderosa do nosso país, que realmente é parte do que eu sou.”

sábado, 10 de abril de 2010

Saudades de Clarisse

Sinto Saudades




Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,que não aproveitei de todo,lembrando do passado e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,que se idealizado,provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo,sem me conhecer direito,de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes,de casos, de experiências...
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar,sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...não sei onde...para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades Em japonês, em russo,em italiano, em inglês...mas que minha saudade,por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,espontaneamente quando
estamos desesperados...para contar dinheiro... fazer amor...declarar sentimentos fortes...seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples "I miss you" ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua,nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito,meio nostálgico, meio gostoso,mas que funciona melhor do que um sinal vital
quando se quer falar de vida e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis!
De que amamos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...

Clarice Lispector

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Gente, choquei!



Orgasmos Trifásicos

Millôr Fernandes.

Orgasmo feminino é coisa da qual as mulheres entendem muito pouco e os homens, muito menos. Pelo fato de ser uma reação endócrina que se dá sem expelir nada, não apresenta nenhuma prova evidente de que aconteceu ou se foi simulado.

Orgasmo masculino não! É aquela coisa que todo mundo vê. Deixa o maior flagrante por onde passa. Diante desse mistério, as investigações continuam e muitas pesquisas são feitas e centenas de livros escritos para esclarecer este gostoso e excitante assunto.

Acompanho de perto, aliás, juntinho, este latejante tema. Vi, outro dia, no programa do Jô Soares, uma sexóloga sergipana dando uma entrevista sobre orgasmo feminino. A mulher, que mais parecia a gerente comercial da Walita, falava do corpo como quem apresenta o desempenho de uma nova cafeteira doméstica.

Apresentou uma pesquisa que foi feita nos Estados Unidos para medir a descarga elétrica emitida pela "Periquita" na hora do orgasmo, e chegou à incrível conclusão de que, na hora "H", a "perseguida" dispara uma descarga de 250.000 microvolts. Ou seja, cinco "pererecas" juntas ligadas na hora do "aimeudeus!" seriam suficientes para acender uma lâmpada. Uma dúzia, então, é capaz de dar partida num Fusca com a bateria arriada.
Uma amiga me contou que está treinando para carregar a bateria do telefone celular. Disse que gozou e, tcham, carregou.
É preciso ter cuidado porque isso não é mais "xibiu", é torradeira elétrica!
E se der um curto circuito na hora de "virar o zoinho", além de vesgo, a gente sai com mal de Parkinson e com a lingüicinha torrada.

Pensei: camisinha agora é pouco, tem de mandar encapar na Pirelli ou enrolar com fita isolante. E na hora "H", não tire o tênis nem pise no chão molhado... Pode ser pior!

É recomendável, meu amigo, na hora que você for molhar o seu "biscoito" lá na canequinha de sua namorada, perguntar: é 110 ou 220 volts? Se não, meu xará, depois do que essa moça falou lá no Jô,pode dar "ovo frito no café da manhã."

Moral da história: Como é que não pensaram nisso antes, ameaçando multas e cortes de energia? Esse país não melhora por absoluta falta de criatividade...