sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

É velho mas tá pago!

Meu fusca saiu da oficina! Quanta alegria, quanta felicidade... o pedal macio que parecia um bolo de fubá. Até eu precisar usar a buzina...

É um fenômeno interessante que ocorre com meu Rollys Fusca... Quando o funcionamento do carro está perfeito ele perde a voz, simplesmente a buzina some, quando concerto a buzina o carro morre toda vez que está em baixa rotação... Interessante!

Mas interessante mesmo é a cara que o mecânico faz toda vez que vou lá (uma vez por semana) passa a mão pelo queixo e faz hum-hum, como se fossse um geriatra olhando um paciente... Paciente mesmo sou eu!

E quanto ao título do post, vou fazer um adesivo pra por no carro!




Eis a razão do meu sofrimento: Filho amado, por que fazes assim?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Fazer o bem

Coloquei minhas sapatilhas, preciso de outras novas, já havia posto a roupa, agora era só entrar na guerra pela maquiagem.
Ih!... Um espelho para cinco pessoas, que loucura!
Pó branco, na testa, nas bochechas, um pouco abaixo do queixo, que negócio oleoso... um pouco de tinta vermelha nos lábios, hum... fiz uma boquinha pequena, pra contrastar com a real, que é grande pra caramba.
tinta pink acima dos olhos, uma tiara com anteninhas, narizinho vermelho de tinta, tô pronta!

Fomos de taxi, o povo da rua olhando aquele bando de palhaços dentro de um taxi, ainda bem que agradamos ao povo, por que a turma no local era totalmente fora do esperado, pessoas ricas e velhas, em sua maioria... Cadê as crianças? alguém perguntou, ficamos sem respostas.

Ih!...reportagem da tv, filmaram a gente. apareceram dois ou três garotos, mas não eram aqueles com os quais estavamos acostumados, eram meninos sadios ficaram junto conosco, um senhor gordinho sentado em um puff a minha frente começou a cochilar, a esposa dele muito chic estava ao lado, eu o acordei e falei baixo:
- Tava dormindo, né? Nem ouviu o discurso...

Quem estava mais próximo riu, com vontade de dormir também. E o calor? Nossa, o calor estava insuportável do lado de fora. Depois do discurso e das homenagens, entramos e contatamos que lá dentro estava muito quente também e dentro da fantasia estava pior, deviam por ar condicionado central...rsrsrs...na fantasia.
Brincamos com os adultos e com algumas crianças que entraram depois.

A obra ficou linda, é um avanço espetacular na possibilidade de acolhida para crianças e adultos com câncer, foi uma noite maravilhosa. Palavra de palhaço!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A prova de bala

Um empurrão no meio da multidão, começou o tumulto, nos afastamos, levamos nomes que não merecíamos, uma parte do corpo foi puxada para trás. O tronco viu uma arma apontada para si nas mãos do homem bêbado travestido que dizia ser policial civil. Gritos de mulheres e crianças ao redor. Imobilização, corrida, apoio, impunidade.
O corporativismo é um verme que come lentamente as entranhas daquele que o propaga.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sobre o meu nariz!

Em minha adolescência alimentava abertamente o sonho de fazer uma cirurgia plástica no nariz. A Tv me dizia diariamente o qunto ele é feio e desproporcional, todasas atrizes que surgiram com esta parte da anatomia parecida com a minha optaram por cirugia e eu acreditava que este seria o melhor caminho a seguir, mas não é!

Várias adolescentes, como um dia fui, tentam em vão se enxergar em personagens de uma mídia que não as enxerga e não as vê! Um documentário que estava passando na TV Brasil usou o termo Tv Daltônica, onde a população brasileira é branca inteiramente branca importando alguns negros da realidade apenas para fazer a faxina e servir o café.

Nós existimos e consumimos e muito! A maior parte da população do Brasil é formada por não brancos e eles ignoram isso. Meu nariz é negróide por que eu sou negra e ele executa muito bem as funções que lhe são pertinentes, como tenho executado muito bem minhas funções na sociedade.

Me lembro que desde criança meu nariz serve de chacota para coleguinhas mal intencionados.
- É uma bolinha no final do tobogã...
Essa foi a menos pior... as pessoas têm que passar a enxergar a realidade, afinal se sua filha ficar tetraplégica vc dispõe de uma empregada e um motorista para carregá-la? Aí a vizinha diz : - Isso pode acontecer a qualquer um!

Poderia se depois do acidente ela tivesse que ficar meses na fila do SUS ou então aguardando a autorização de um plano de saúde e depois tivesse que se deslocar uns trinta quilômetros diários para a fisioterapia, isso sim pode acontecer a qualquer um!

Agora procuro coisas que me representem, chega de escova e chapinha no cabelo! Chega de querer juntar para a cirurgia que mutile o que sou e os ideais que tenho!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Show de Verão

Meu irmão passou no vestibular. Bom, tudo bem que ele é biologo, mas depois que teve um câncer com 23 anos ele resolveu ajudar outras pessoas, e com a cara, a coragem e um salário minguado tentar enfermagem em uma particular no ano passado, entrou, e agora passou na Federal, menos um bocado de dinheiro pro bolso de alguém.

Algo assim não poderia ficar sem comemoração, comemorou com uma parte na sexta e no sábado, quando ainda comemoravamos alguém saltou com a idéia:

-Tem Dudu Nobre e J. Quest na Atalaia Nova!
As pessoas se animaram, eu pensei que ia dar bolo, eu sabia do show, mas meu marido trabalhando, a gente brigado, o irmão dele morando lá... Fui e não me arrependi, o show foi maravilhoso exceto:


@ Uma maluquete derroubou cerveja em mim, mas a mulher tava travada, por que veio passar a mão pra limpar e depois ficou beijando minha mão pra pedir desculpas;

@ Um louco veio me puxando pela mão;

@ Um louco puxou minha cunhada pela mão e meu irmão se irritou (pensei q ia sair briga);

@ No final do show encontrei meu cunhado e meu marido ainda, eu acho, não sabe que eu fui ao show.

Isso vai dar um problema....

domingo, 10 de janeiro de 2010

Histórias de família - O menino e a professora

Vou começar a postar as histórias da família que chegaram até mim, quem sabe um dia eu transforme em um livro.
O menino e a professora

Honório nasceu em 1923, no povoado Mata de São José, município de Maruim, Sergipe, numa família que vivia do campo. Por volta dos cinco anos o menino sentiu uma dor forte na cabeça, um derrame o deixou acamado, mas não demorou muito tempo ele se recuperou, saiu da Mata e foi viver com a avó na cidade. Não podia ser contrariado, a família acreditava que isso podia agravar seus problemas, Dodó, como era conhecido, escasquetou que queria estudar, e passou a insistir e derrubar os argumentos da avó sobre a sua saúde.

Aos oito anos lá ia o menino todo contente para a escola. Aos onze, encontrou Dona Inês, professora rígida dos tempos de antigamente, tinha uma palmatória daquelas de dar inveja a muito torturador da década de 1960, mas isso não intimidou o menino Dodó, que se apaixonou pela professora. Estudava com afinco e se aplicava cada vez mais para apreender a matéria, mas a professora não dava fé da sua existência queria saber do conteúdo. Minha avó falou que a professora tinha uma mão pesada. Como o estudo era menos valorizado que o trabalho naquela época, quando terminou o primário (atual quinto ano) os pais do menino decidiram que havia chegado a hora de parar de estudar e começar a trabalhar. Trabalhou na terra, na estiva, veio para a capital, mas, Dodó não tirava a professora da cabeça. Aos vinte e dois anos, após um grave acidente de trem, ele decidiu que era chegada a hora de voltar ao seu lugar e lá chegando encontrou sua querida professora, ainda solteira.

Casaram-se cerca de um ano mais tarde, tiveram apenas um filho, que morreu, da doença que acometera seu pai na infância. Um derrame levou o filho de Honório com apenas trinta e três anos de idade, ele deixou três filhos. Logo depois, D. Inês caiu doente e Dodó cuidou do seu grande amor até o último momento. Após a morte da esposa ele voltou para o interior, passou por lá alguns anos quando leu muito a Bíblia, quando foi chamado pela nora para ajudar com as crianças. Voltou a capital e passou a auxiliar na educação dos netos e a vender bananas no mercado central. E como foi difícil!

Os garotos estudavam e queriam saber sobre História e geografia, o avô encabulou-se e passou a valorizar a primeira coisa que apreendeu com a esposa, e o homem rústico que estudara até a quarta série dedicou-se com afinco à história e à geografia. Estudou a União Ibérica e a História do Brasil, além de geografia do brasil e passou a decorar dados que ele via em Atlas. As pessoas passaram a se interessar por aquele vendedor de bananas que buscava tanto o saber, vez ou outra passavam por lá estudantes que sentavam e passavam horas conversando com ele.

O mais interessante é que Dodó passou a dedicar a vida aos netos e ao estudo, não amou mais ninguém. Achei a história legal e fiz um documentário sobre ele pra faculdade em 2006, a profesora selecionou e passou na rádio, foi legal o pessoal da feira onde ele trabalhou mais de trinta anos ligando pra falar do homem simples que sonhava em ter um terreninho na mata pra terminar seus dias, não foi possível, ele morreu um ano depois.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

AS confissões amorosas do meu esposo

Estou aqui no computador enquanto meu esposo relata sua vida pregressa. Acho que todo marido devia casar virgem, de tudo mesmo.
Virgem de beijos, de abraços e de amor, se não fosse poderia ao menos fingir. Ele não sabe detalhes sobre a minha vida sentimental antes dele e poderia me poupar de saber sobre aquela namoradinha de adolescênca, mas bonita mesmo neguinha, sabe?
Afff, isso é péssimo!
Acho que tô sentindo até o cheiro do cabelo da desgraçada, os pés pequenos, putz! eu calço 39... o jeito de andar. Vou mudar de assunto antes de dormir.

A síndrome monográfica...

Demorei um ano para desenvolver e apresentar minha monografia, um ano inteiro de viagens, entrevistas, leituras, mais leituras e mais leituras...

Na hora da entrega eu perdi a paciência... ainda não entregei... faz dois dias que deixei na gráfica e ainda não tive coragem de pegar. Vou tentar fazer isso amanhã, fazer a ficha catalográfica na biblioteca etc.um saco
Quanto esforço!

Hino ao amor

HINO AO AMOR



Se o azul do céu escurecer
Se a alegria na terra, fenecer
Não importa, querido
Viverei do nosso amor
Se tu és o sol dos dias meus
Se os meus beijos sempre forem teus
Não importa, querido
O amargor das dores desta vida
Um punhado de estrelas
No infinito irei buscar
E a teus pés esparramar
Não importa os amigos
Risos, crenças e castigos
Quero apenas te adorar
Se o destino, então, nos separar
Se distante a morte te encontrar
Não importa, querido
Porque eu morrerei também
Quando, enfim, a vida terminar
E de um sonho nada mais restar
Num milagre supremo
Deus fará no céu te encontrar.

(Versão - Odair Marzano)

(Edith Piaf – Marguerite Monnot)